CULINÁRIA

        A culinária pantaneira, antes da construção da estrada de ferro Noroeste do Brasil (finalizada em 1914) tinha uma dependência do rio Paraguai: navios estrangeiros ali aportavam, trazendo mercadorias, passageiros e consequentemente seus costumes (geralmente fronteiriços).
 
 
 
        Deste período destacamos o “puchero” (cozido) da Argentina, que é diferente do similar mineiro; do Paraguai veio a chipa, a sopa paraguaia e o locro; de Cuiabá as farofas de banana e de carne, o pacu ensopado, frito ou assado, e o caribéu (abóbora com carne seca).

        Merece destaque especial o TERERÉ, também de origem paraguaia, trata-se da mais popular bebida sul-matogrossense, uma espécie de chimarrão dos gaúchos, preparado com a erva mate (Ilex paraguariensis) e bebido frio ou gelado. Sua chegada deu-se através das cidades fronteiriças de Ponta Porã e Bela Vista, região rica em ervais nativos, que tiveram muita importância na formação do Estado através da histórica Companhia “Matte Larangeira”.
 
 

        Depois da finalização da estrada de ferro ligando Corumbá a Santa Cruz de La Sierra, a Bolívia contribuiu com a saltenha e o arroz boliviano (espécie de rizoto com ervilhas, banana da terra frita, pedaços de galinha, ovos cozidos e milho verde).
 
        Na culinária sul-mato-grossense como um todo, destacam-se ainda:

        Pequi (fruta típica do nosso Cerrado), utilizado tanto no preparo de um prato salgado (arroz com pequi) como na forma de licor;
Conservas e Mel
 
        Forrundu (doce feito de mamão e rapadura de cana);
        Guaraná (ralado na hora, é substituto do cafezinho, estimulante e renova energias); Quibebe de mamão;
        Suco ou caldo de piranha (é forte e renova energias);
 
 

        Bocaiúva (fruto nativo que pode ser usado como farinha, com leite quente ou no preparo de sorvetes);
        Peixes variados (pacu, dourado e pintado, entre outros);
 
 

        Churrasco pantaneiro (servido sempre com mandioca);
        Carne seca (em paçoca, cozida, frita, assada, no arroz, etc);
 
 

        Doces de época (caju, goiaba, carambola, abóbora, doce-de-leite na palha).
 
 
         A culinária pantaneira é uma das ricas do Brasil, caracterizada pela herança indígena e do branco, adaptada ao clima e disponibilidade de ingredientes. As águas, a fronteira com Paraguai e Bolívia, os trilhos da antiga Noroeste do Brasil e os mais remotos habitantes deixaram influências marcantes nos hábitos alimentares de uma região distante dos grandes centros – dos shoppings e da cultura do hambúrguer.

         Que tal saborear uma lasanha de peixe (pintado), acompanhada de arroz branco e creme de mucunzá, com um bom vinho branco?
 
         Ao sabor da terra, temos: pizza de carne seca; pintado ao molho tangerina com filé e banana da terra grelhados e arroz com brócolis; risoto de carne seca ; filé à paiaguás –  recheado com banana da terra e bocaiúva – e purê de manga e arroz flambado.  Estes são alguns pratos encontrados na culinária pantaneira.